Se você chegou agora, sugiro ver a parte 1 e 2 para entender como chegamos na parte 3, o edital e o começo de um sonho. 😉
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(fonte: internet)
Após a ideia para o jogo tivesse surgido na cadeira da faculdade, meu professor, Bruno Saraiva, insistiu muito para que eu me inscrevesse no edital da cidade, o VII Edital das Artes da cidade de Fortaleza-CE. Na época, lembro de ter ficado meio assim por não achar a ideia lá essas coisas e por nunca ter feito um edital. E eu já havia escutado que editais são complicados e que muita gente inexperiente se enrola muito. Afinal, é um dinheiro público que você tem que prestar contas depois, de cada mínimo centavo. Afora que, apesar de eu ter faculdade de gerência de projetos [que me ajudou IMENSAMENTE], eu só tinha usado esse conhecimento para coisas simples e no meu dia a dia na área de marketing. Mas, após muita insistência do professor e alguns amigos, me arrisquei.
Ao ler edital, nossa!, quanta coisa e quantas regras até para inscrever. Eles pedem muitos detalhes e muita coisa que eu nem havia decidido ainda sobre o jogo. Mas, foi ótimo porque me fez pensar e acertar detalhes sobre o projeto. Entrei no site, fiz a inscrição, preenchi todos os requisitos e enviei. Estava lançada a sorte. E, para minha alegria, passamos! Essa vitória foi dupla tripla para mim: 1. Um jogo tinha ganho a categoria em um edital que não tinha essa categoria. Ganhei no quesito MÍDIAS DIGITAIS; 2. Uma temática LGBTQIA+ ganhou também. E isso me encheu os olhos de mais alegria. Aliás, não sei se vocês sabem, mas a cidade de Fortaleza-CE é uma das que mais apoia as diferenças e incentiva o respeito a todos os cidadãos, independente de religião, sexo, sexualidade, raça etc. Minha cidade preza muito pela diversidade. Amo! 3. Eu venci um edital!!! Meu Deus. Que vitória. Foi o primeiro edital que eu submetia e eu ganhei. Quanta emoção! Comemorei muito com meus amigos, namorado, professores e colegas de faculdade. Foi tudo!
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(Finalistas Falling Walls 2019)
Depois disso, comecei a melhorar a ideia, juntar equipe e ver planejamento. E para isso, fiz questão de pegar pessoas que estavam iniciando, para dar oportunidade e novos talentos, como eu, e pessoas locais, para incentivar o mercado de jogos da cidade e estimular a seara local. Não me arrependo. Mais à frente falaremos desses talentos que tem ajudado e muito em todo o processo. Foram eles que toparam o desafio de fazer algo ALÉM do edital: nosso edital contempla apenas uma batalha drag simples. O time aceitou fazer uma pequena demo, com quarto para se montar, rua para se andar e várias batalhas. Obrigado, time!
Com o edital andando, surgiram várias oportunidades locais de mostrar a ideia do jogo. A notícia se espalhou e em todos os cantos que apresentávamos, como faculdades, roda de amigos e bar, palestras, encontros, o pessoal ficava maravilhado com a ideia. E eu sempre achando estranho porque eu via uma ideia legal, mas a galera pirava no que eu mostrava e isso em causava muita estranheza. Pessoalmente eu acho que sentia isso por não sentir muita confiança, na época, em minhas habilidades enquanto game designer. Apesar de tecnicamente termos um game designer [fala, Rodrigão!], sempre trocamos ideias para tornar a ideia que tive em realidade.
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(Thiago Sena defendendo o jogo Drag ON! na final do Falling Walls 2019)
No meio do processo de idealização do jogo, e com apenas algumas artes feitas, surgiu o Falling Walls 2018 e meu namorado me enviou achando que daria para participar. Para quem não sabe, o Falling Walls é uma iniciativa do governo alemão para procurar grandes ideias pelo mundo que derrube paredes e promova evolução, assim como a queda do murro de Berlim. Juntei meus materiais, defendi e fiz minha inscrição online. Eu não direi que fico ansioso ou nervoso com essas coisas porque, para minha sanidade mental, eu só me inscrevo e procuro esquecer. Se tiver que ser, será. Morrer de ansiedade não é nada legal. Semanas depois, o resultado chega. A ideia do jogo foi uma das 14 finalistas nacionais para se apresentar presencialmente na minha cidade, Fortaleza. O finalista nacional, teria a oportunidade de ir a Berlim, com tudo pago, para defender sua ideia a investidores e ganhar financiamento internacional. Eu fiquei louco! Preparei meu material em inglês e fui no dia defender lá na querida UFC – Universidade Federal do Ceará, e foi tudo incrível. Não ganhei [tinha ideias MUITO BOAS MESMO] mas ficou a experiência e o incentivo. Ganhei medalhas e certificado de participação.
A produção da demo continuou após tudo isso. As coisas estão em ritmo médio, pois todos os envolvidos trabalham de forma regular em alguma coisa e usam o tempo livre para produzir o jogo. Até agora, temos participados de eventos que incluam diversidade e tecnologia. Já fomos a algumas faculdades, rodada de jogos, jurados e muito mais. Esperamos em breve poder mostrar a todos como o projeto está. E, como isso, conseguir investimentos para poder desenvolver o jogo de forma completa e causar muita representatividade.
E você, gostou da história? Se quiser apoiar, divulga nosso projeto para que possamos formar uma grande e fortalecida comunidade. Para quem é pequeno, isso é essencial e ajuda muito!
Nos vemos em breve!
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Drag ON! é um jogo de RPG onde você encarna uma drag queen e procura defender o mundo do mal e do preconceito, espalhando amor e respeito por onde passa. Nos siga em nossas redes sociais:
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